O contato com testemunhos artísticos relacionados à temática da justiça tem potencial para subsidiar a formação intelectual do jurista, permitindo que ele dialogue (consciente ou intuitivamente) com valores, dilemas e circunstâncias atemporais. Nessa perspectiva, a proximidade com as artes ajuda-o a descortinar o imaginário da sociedade, ao mesmo tempo em que robustece sua inteligência individual.
Além de suscitar debates, obras de arte inspiram virtudes, como a coragem e a temperança, incitam o cultivo do bem e permitem o vislumbre ao belo, mesmo quando retratam violência, despotismo, miséria e sofrimento. Justamente por articular o previsível ao imponderável, as artes abrem perspectivas para identificar comportamentos e vícios humanos previsíveis. Para o jurista, esse leque de conhecimentos compartilhados pode ser ponto apoio para aquisição de prudência.
A capacidade de julgar bem como a condição de objeto de julgamento e jugo foram retratadas em poemas épicos, peças teatrais, esculturas, pinturas e músicas, desde a Antiguidade. Quando se trata de dilemas éticos e morais, nada é mais atual do que tradição.