Estela de Hamurabi

 

Enquanto faziam escavações em Susa, sudoeste do atual Irã, arqueólogos franceses descobriram um monólito de basalto negro, cilíndrico, com 2,25 m de altura e 1,5 m de circunferência, na qual havia inscrições em escrita cuneiforme, que se estendiam por 46 colunas e 3.600 linhas.

Detalhe da sala do Louvre em que está exposta a estela com o “Código de Hamurabi”. Disponível em: https://guiadolouvre.com/codigo-de-hammurabi-rei-da-babilonia/. Acesso em: 16 jun. 2023.

 

A tradução do texto revelou que se tratava de um conjunto de normas enunciadas pelo Rei Hamurabi, que transformou a cidade de Babel em um poderoso e próspero império, estabelecendo a primeira dinastia babilônica. Em seu governo (1792 a 1750 a.C.), realizou competente diplomacia, empreendeu conquistas militares e promoveu alianças, que resultaram na unificação de diversas cidades-estados, sob seu comando e visão civilizatória.

O hábil Hamurabi cuidou da infraestrutura física e política de seu reino, com canais de irrigação, fortificações e incremento da administração. No campo jurídico, congraçou tradições sumérias à “Lei de Talião”, vigente entre as tribos semíticas do deserto. O resultado foi um código civil e penal que se acredita tenha sido afixado em diversos pontos do reino, sobretudo no pórtico de Babel, para que súditos e visitantes conhecessem as leis a que estavam sujeitos.

 

Detalhe da escrita cuneiforme babilônica, em que o código foi insculpido.

 

Na parte superior da estela, está insculpida, em baixo relevo, cena em que Hamurabi recebe do deus Shamash bracelete e cetro representativos de seu poder. Segundo narrado no prólogo do texto, trata-se do momento em que o deus incumbiu o rei de promover a justiça em seu nome.

 

Detalhe do baixo-relevo insculpido da parte superior frontal da estela, que mostra Hamurabi, de pé, recebendo do deus Shamash a incumbência de promover a justiça.

 

🎬 Assista a vídeo com descrição dos elementos da “Estela do código de Hamurabi”.

 

Leia também:

 

BIBLIOGRAFIA

COLARES, Virgínia.  A Estela do Código de Hammurabi: uma leitura semiótica In: Universidade Católica de Pernambuco. Revista Symposium. Número Especial. Ano 3 (julho-99). p. 48-54. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/2671/2671.PDF. Acesso em: 09 jun. 2023.

FUSTEL DE COULANGES, Numa Denis. A cidade antiga: estudo sobre o culto, o direito e as instituições da Grécia e de Roma. — Tradução de Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Martin Claret, 2009.

GUIA DO LOUVRE. Código de Hamurabi. Disponível em: https://guiadolouvre.com/codigo-de-hammurabi-rei-da-babilonia/. Acesso em: 16 jun. 2023.

HAMURABI. Código de Hamurabi; Código de Manu; Leis das XII Tábuas. 3. ed. — Série Clássicos Edipro. São Paulo: Edipro, 2011.

HISTÓRIA DO MUNDO. Código de Hamurabi. Disponível em: https://www.historiadomundo.com.br/babilonia/codigos-penais-hamurabi.htm. Acesso em: 09 jun. 2023.

MELLA, Federico A. Arborio. Dos sumérios a Babel: Mesopotâmia – história, civilização e cultura. — Tradução de Norberto de Paula Lima. s.l.: Hemus, s.d.

SMARTHISTORY. A Estela do Código de Leis do Rei Hamurabi. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JO9YxZYd0qY. Acesso em: 10 jun. 2023.