Quando as luzes do giroflex concorrem com os pisca-piscas natalinos fica evidente que, infelizmente, a abundância de recessos forenses não tem incentivado os criminosos a tirarem folga. Programas de desencarceramento também não têm surtido efeito. Basta ler notícias publicadas no dia 25 de dezembro para inteirar-se de roubos, sequestros e assassinatos.
Crimes há em todas as épocas do ano, mas é desanimador notar que tanto ideais políticos quanto adminículos legais aprisionam a sociedade em um ciclo doentio de tolerância para com o mau comportamento e a violência, impactando negativamente a vida das pessoas e impedindo-as de desfrutar da plenitude do Natal. Assim, em vez de mensagens de esperança, é preciso apresentar pêsames, lamentando que o Estado insista em combater a criminalidade em abstrato, sem o ímpeto de punir efetivamente os criminosos, cujas ações são concretas.
É certo que medidas institucionais de resguardo da lei e da ordem não resolveriam por si o problema da criminalidade, uma vez que a maldade pode ser uma opção deliberada e pragmática. Contudo, induziriam a paz social, mediante restabelecimento da lógica entre atos e consequências.