Metade de uma pena perpétua

Algumas palavras têm significado que, na prática, são inalcançáveis à compreensão racional, não obstante permitam vislumbrar a dimensão ideal, metafísica ou transcendente — se não divina — da existência. Tal se dá com substantivos como “perfeição”, “eternidade” e “plenitude”, com seus cognatos. A palavra “eternidade” sinaliza, por exemplo, o tempo pleno, pois não teve início e não terá fim. Como o homem, que é mortal, poderia conceber a ideia de eternidade, sem a graça da inteligência e a inspiração providencial? Leia mais… »

A virtude do julgador, segundo Sócrates

“Apologia de Sócrates” é obra de Platão que, como tantas outras, tem o ateniense como protagonista. Apesar de classificar-se, quanto ao gênero literário, como diálogo filosófico, a troca de turnos ao longo do texto é reduzida. Predomina o discurso do protagonista, havendo diversos elementos textuais que fazem pressupor a co-presença de uma audiência1 e algumas passagens em que se explicita a interação com Meleto, seu principal acusador1. Para exemplificar essas estratégias, apresentam-se apenas dois exemplos.   “É que, pela primeira Leia mais… »